segunda-feira, 17 de junho de 2019

Café - Coffea arabica

GERMINAÇÃO

IMPORTANTE, SEJA PACIENTE.
as sementes de café  podem levar de 30-90 dias pra nascerem, dependendo se está mais quente ou frio.  

Semeadura direta x indireta

           Basicamente existem duas formas para a produção de mudas em saquinhos: a semeadura direta e a indireta (ou transplante).
           Na semeadura direta, a semente é depositada diretamente no saquinho. As vantagens (em relação ao transplante) são: menor necessidade de mão-de-obra especializada; menor possibilidade de danos no sistema radicular; menores gastos com germinadores e transplante.
           Na semeadura indireta, a semente é plantada em germinadores com areia, para posterior transplante nos saquinhos. As vantagens são: maior uniformidade das mudas; menor necessidade inicial de irrigação; maior tempo disponível para enchimento dos saquinhos; seleção de plântulas (sementes recém emergidas) sem problemas de raiz; maior quantidade de mudas por Kg de semente; facilidade de emergência das sementes pela não ocorrência de crosta superficial (em solo argiloso).
           Muito se criticado o transplante, pela possibilidade de ocorrência de problemas de raiz (os quais poderão trazer conseqüências desastrosas no futuro), caso a operação não seja bem executada. Existem até estados brasileiros que proibiram esta prática, mas a solução não é eliminar o transplante e sim treinar bem os trabalhadores para que a operação seja eficiente. Mudas provenientes de transplante (bem executado) apresentam percentual de plantas com problemas de raiz bem inferiores ao plantio direto, já que neste sistema não é possível a eliminação das plântulas com sistema radicular deficiente (raiz bifurcada, "cadeirinha", etc).
           Um sistema intermediário estes dois sistemas é o plantio feito com sementes pré-germinadas. Neste sistema, as sementes são colocadas para germinar entre sacos de estopa cobertos com areia, o que permite observar a germinação. Quanto a semente der início à germinação, ou seja, começar a imitir a radícula, faz-se o plantio nos saquinhos. Com este sistema consegue-se mais uniformidade de mudas sem que seja necessário o transplante.


  • Escolha do local

           O local para instalação do viveiro deverá ser de fácil acesso mesmo em época de chuvas. Deve-se evitar baixadas, pois são mais suscetíveis à geadas. O local do viveiro deve ser bem ensolarado, drenado e arejado para evitar doenças. A água para o consumo deverá ser em quantidade suficiente e não poderá ser proveniente de rios, devido à possibilidade de contaminação por nematóides. O local deverá ser cercado para evitar a entrada de animais e pessoas estranhas.


  • Cobertura

           A cobertura tem a função de proteger as mudas, principalmente no início, da ação do sol. Pode ser de vários materiais, sendo mais comum o uso de bambu e de telas sintéticas ("sombrite"). A cobertura deve permitir uma insolação em torno de 50%.
           Poderá ser alta (2,0m) ou baixa (0,6 m). A cobertura baixa é de menor custo e facilita a aclimatação, já que os canteiros são cobertos individualmente (deve ser 50 cm mais larga que o canteiro). A cobertura alta permite reduzir a área do viveiro, já que os canteiros podem ser mais próximos uns dos outros, além de facilitar um pouco o manejo, pois os trabalhos são feitos em baixo da cobertura.
           Os canteiros deverão estar no sentido leste-oeste, estando a cobertura no sentido norte-sul.


  • Canteiro

           Devem ter cerca de 1,10 m de largura e comprimento variável, não devendo ser muito compridos, a fim de facilitar o manejo. A distância entre os canteiros deve ser de no mínimo 60 cm. Cada metro quadrado de canteiro suporta cerca de 250 mudas.


  • Preparo do substrato

           O substrato é a mistura que será usada para enchimento dos saquinhos. Os componentes usados no substrato são: terra, adubo orgânico, adubo químico e calcário. A terra deve ser proveniente de solos com boas características físicas, isento de nematóides (fazer análise prévia), grama seda e tiririca. Eliminar a camada superficial para reduzir a quantidade de sementes de plantas daninhas. Utiliza-se como adubo orgânico o esterco de curral curtido na proporção de 25% da mistura. Para cada metro cúbico do substrato, acrescentar 5 Kg de superfosfato simples e 1 Kg de cloreto de potássio. Em solos ácidos, deve-se acrescentar também 2 Kg de calcário dolomítico/m3. O substrato deve ser peneirado para uniformização da mistura, utilizando-se peneira malha 15 a 20 mm.
           Após a mistura, o substrato deve ser desinfectado para eliminação de plantas daninhas, patógenos e principalmente de nematóides (o solo deve ser isento de nematóides, a desinfecção é uma segunda garantia). Os produtos mais utilizados são o brometo de metila e o dazomet (Basamid). A desinfecção deve ser realizada com o máximo cuidado, pela possibilidade de danos nas mudas e de intoxicação humana, principalmente quando se usa o brometo de metila (este produto será proibido nos próximos anos, pois causa danos à camada de ozônio).
           A desinfecção do substrato é feita com auxílio de lonas plásticas, pois ocorre a emissão de gases tóxicos, devendo ocorrer uma boa vedação para que os gases não escapem (as bordas da lona podem ser vedadas com terra). O brometo de metila é apresentado em latas contendo o produto em forma gás. Para maior segurança na aplicação deste produto, recomenda-se perfurar a lata já dentro da lona plástica com o auxílio de um aplicador simples. Este aplicador é formado por um pedaço de madeira com uma ponta metálica em contato com a lata. Ao pressiona-se a lata por cima da plástico, a mesma é perfurada, deixando o produto escapar. A quantidade de substrato deve ser proporcional ao número de latas (1,75 m3 de substrato para cada lata). No caso do Dasomet, deve-se misturar o produto com o substrato na dosagem de 250 g/m3. A seguir, rega-se a mistura e faz-se a cobertura da mesma com a lona plástica. Depois de 10 a 15 dias, retira-se a lona e faz-se um ótimo revolvimento da mistura para o completo escape dos gases. Dois a três dias após o revolvimento, deve ser feito o teste de germinação (utiliza-se sementes de alface, chicória, cenoura, fumo, etc.). Se ocorrer a germinação normal pode-se fazer a semeadura ou o transplante das mudas.
           Após a desinfeccão do substrato, procede-se o enchimento dos saquinhos, o qual deve ser realizado com o substrato seco. A operação é realizada com auxílio de um funil feito com lata. Cada metro cúbico de substrato é suficiente para se encher aproximadamente 1.200 saquinhos.


  • Tratos culturais

           A irrigação deve ser em quantidade suficiente para permitir o bom desenvolvimento das mudas. Após o a semeadura ou transplante a irrigação deve ser diária. Posteriormente aumenta-se o intervalo de rega até que, próximo à retirada das mudas para plantio, seja só o suficiente para as mesmas não murcharem.
           Para a prevenção de doenças, como ferrugem, cercosporiose e bacterioses, recomenda-se pulverizar as mudas periodicamente com fungicidas a base de cobre. Caso aparecem doenças ou pragas efetuar o tratamento químico curativo (ver o item 9 - Doenças ).
           Deve-se evitar o excesso de adubações nitrogenadas, pois podem ocasionar crescimento desproporcional da parte aérea em relação às raízes.


  • Aclimatação

           Aclimatação é a adaptação das mudas ao sol. Como as mesmas são produzidas sob cobertura, podem não suportar o plantio no campo a pleno sol. A aclimatação deve ser realizada a partir do segundo par de folhas, através da retirada gradual da cobertura. Quando a cobertura é feita de bambu ou outros materiais equivalentes, raleia-se a mesma gradativamente, até deixar as mudas a pleno sol. Se a cobertura não permitir esta regulagem, como é o caso das telas sintéticas ("sombrite"), faz-se a aclimatação deixando as mudas tomarem sol somente durante um período do dia. Com o tempo, aumenta-se o número de horas de sol diárias, até que as mudas fiquem a pleno sol. A aclimatação dura em média 30 dias.


  • Plantio

           Antes de ir a campo, as mudas devem ser classificadas, separando e reecanteirando as menos desenvolvidas para tratamento e posterior aproveitamento.
           O estágio ideal para o plantio a campo são quando as mudas estiverem com 4 a 6 pares de folhas. Estágios mais avançados poderão provocar maior dificuldade de pegamento e desenvolvimento, já que a maior quantidade de folhas não é compensada pelas raízes, as quais estão limitadas pelo saquinho.

Fonte: Tulha Agroinformações - www.tulha.com.br

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